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Como a força das mulheres muda nossas vidas?

Como falar sobre elas sem ser piegas?

Como ditar palavras sobre o que elas fazem sem medo de errar?

Não sei, mas isso não me impede de tentar. Espero não errar. Mas também me dou o direito disso. Assim como você também estou sujeito aos erros de pensamentos.

Um de meus melhores companheiros de leitura diz o seguinte:

Diz-se na tradição cristã que aqueles que têm o poder de sentir integralmente o seu sofrimento e o dos outros — de senti-lo a ponto de chorar por ele — têm o “dom das lágrimas”. Só grandes santos e santas tiveram esse dom, tão maravilhoso quanto a graça do sorriso.

Completando: ELAS tem esse dom como nenhum de nós. Elas nasceram com a capacidade de nos encantar sem nenhum esforço, embora toda sua vida seja recheada de esforços hercúleos.

Mas quem elas são?

São nossas mães, esposas, mulheres, amigas e conhecidas. São muitas vezes desconhecidas que nos fazem sentir a vida como nossa grosseria não nos permitiria.

Elas estão ao nosso lado e muitas vezes simplesmente ignoramos a sua presença porque estamos entorpecidos com nossas mazelas. Mas elas continuam ali querendo e desejando nosso bem.

Acho que elas nascem sabendo que a nossa alma tem uma pele, e essa pele se chama emoção. Parece que o calor delas simplesmente aquece tudo a seu redor e faz todas nossas dores serem menores. Abençoada sejam elas que nos aturam. E nos amam acima de tudo. Lembra aquele lance de “amor de mãe” então, o universo é pequeno perto deste sentimento.

Nada supera isso.

Não por acaso é o amor de uma mulher.

Quando se unem nada as para

Eu não poderia contar (de forma justa) quantas mulheres tem nos ajudado nos últimos tempos. São pessoas que aparecem nos momentos mais propícios e nos entregam aquilo que tem de melhor: seus sentimentos e saudações sem sequer tenhamos pedido.

São as amigas de longa data, recentes, de trabalho, de casualidade, de carisma, de amigos em comum, de família… Elas simplesmente aparecem e dão seu “ar da graça” assim “de graça”.

Quando a Andi resolveu fazer um Chá de Lenço – Para ajudar quem realmente precisa – Elas simplesmente apareceram aos poucos: cada qual com sua contribuição para que tudo fosse perfeito. E assim foi.

Simplesmente parece que quando elas se unem todo Universo conspira a favor. E realmente é assim que as coisas são.

Cada instante é sagrado porque é um instante de vida. Porque a vida é esse instante. Portanto, tudo o que povoa o instante é sagrado, assim como tudo o que conduziu a esse instante, mesmo o sofrimento, mesmo as causas do sofrimento.

Cada qual com seu propósito, mas todas unidas por algo em comum

O algo em comum é muito além do que podemos enxergar: dedicar seu tempo, deixando de lado todas as outras responsabilidades para trazer afago e calor para uma delas é de um exemplo que nós homens, infelizmente, ainda, não podemos compreender na plenitude.

O tempo que cada uma destas mulheres dedicou para fazer a Andi mais plena e feliz não tem preço, apenas valor. É um valor intrínseco na própria atitude.

Não posso agradecer com palavras o tanto que isso trouxe de beleza e gratidão em nossas vidas. Posso apenas exprimir minha singela gratidão por meio de palavras na crença que elas sejam tão boas quanto a atitude delas.

Meninas, vocês são demais! Obrigado!

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Quando o cansaço bater (e ele baterá) lembre-se…

a jornada é longa e no fim é tudo sobre você contra você mesmo

Sobre o Cansaço

Ele virá, em algum momento da tua jornada ele virá. Tanto quanto a certeza da Mudança também o Cansaço será um de teus companheiros. Mas não sinta ele na plenitude. Apenas avalie a presença dele e se sinta lisonjeado pela oportunidade de assim sentir. Não pense a respeito dele. Apenas o deixe se fazer presente.

Quando a jornada é longa (todos nós temos uma jornada que não sabemos quando terminará) a sensação é que o cansaço nos parece maior do que pudemos suportar. Inverta o jogo, faça com que o tempo jogue a seu favor, nunca contra. Parece confuso mas eu explico:

A Dor contínua gera em nós uma sensação de que o tempo não é a nosso favor. Do nosso cérebro reptiliano é esse o comportamento esperado. Queremos cessar isso tão logo quanto possível. Contudo, quando entendemos que o tempo está a nosso favor essa percepção muda.

Veja, tua dor, independentemente da origem, tem prazo de validade é aí que mora a beleza da situação: Quanto mais o tempo passa mais estás próximo de fechar o ciclo. Não se trata de uma fuga, ou mesmo covardia, mas, sim, de uma certeza que lhe trará Paz.

Meu cansaço

Reside num momento de mudança: viver o que vivemos é desgastante mas ao mesmo tempo uma benção pois nos preparamos para isso. Você também está se preparando, tenho certeza disso. Não para a mesma jornada mas para a sua jornada. Olhe bem para quem está ao seu lado e saiba que estarão juntos quando for necessário.

Parafraseando Lévy:

Quando nos vemos de verdade, quando nos compreendemos, quando estamos em contato conosco mesmo e quando sentimos nosso coração, deixamos de projetar nos outros as necessidades de nosso ego. Podemos então ver o próximo como uma alma e não mais como
conceitos, aparências ou julgamentos.

A alma só existe por seus atos e suas afeições, o amor que dá a si mesma, o sofrimento que inflige a si mesma. A alma só existe na relação com o amor e o sofrimento. Navega entre dois estados: a ausência de si mesma e a conexão.

A família se funda numa profunda união entre a alma do homem e a da mulher. Eles se ajudam mutuamente no caminho espiritual e levam os filhos junto consigo. Se o grupo não se sustenta num acordo entre as almas e num projeto partilhado de transmissão espiritual, então não estamos falando de família, mas sim de uma trágica máquina apropagar o sofrimento. A maioria das “famílias” usurpa esse nome.

Talvez não haja “religiões”, mas sim linhagens de transmissão pessoal, de uma alma para outra, da mesma experiência fundamental do divino (ou do humano), da mesma chama.

Só a história da transmissão da luz entre as almas importa, a passagem do amor, como uma tocha.

Estes que estão ao meu lado fazem minha dor ser o que ela precisa ser: um momento de aprendizado e de oportunidades.

Quais são tuas dores? E o que elas lhe fazem aprender?

–Marco

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Quantos momentos em nossa vida precisamos ter coragem?

O que é coragem?

É ausência de medo? É ser forte?

Há uns 5-6 meses no dia que tudo começou senti muito medo. Foi no início de 2016, no dia de uma consulta, em que vimos nódulos na minha axila. Tentei manter a calma e pensar que não seria nada mas o medo começou a me acompanhar…

Depois desse dia muitos momentos de tensão foram acontecendo, o medo de fazer exames, o medo dos resultados, o medo que como seriam os próximos dias e também o medo de morrer…

A cada momento de tensão superado eu me sentia mais forte com a sensação de missão cumprida e fico muito feliz a cada etapa e momento dessa trajetória que supero.

Eu e o Marco, preferimos sempre olhar tudo de bom que que vem acontecendo nesse tempo todo, tantos presentes de Deus, mas, é inegável que os momentos de medo e tristeza acontecem.

Qual o segredo? Não deixar que esses momento te dominem e te levem para baixo. Se sentir triste é normal e faz parte de todo aprendizado mas deixar que a tristeza te domine não é saudável.

Como diz uma amiga especial:

“Sentir a dor e sofrer é uma forma de se sentir vivo!”

Então, é fundamental se permitir sofrer…

É necessário coragem para :

Enfrentar o desconhecido

Dizer que tem câncer

Buscar forças quando se imagina que não consegue mais

Mostrar a careca

Expor sua vida para poder ajudar outras pessoas

Aceitar que precisa de ajuda e colo

Desapegar do trabalho

Aceitar que você precisa diminuir seu ritmo

Chorar, rir das dificuldades…

Coragem não é ausência de medo… Coragem é, mesmo com medo, você seguir em frente e acreditar que você pode passar por isso. Coragem é não deixar a ansiedade te dominar…

Coragem é VIVER!

Andi

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Sobre a distância

A distância por definição é relativa:
Há vezes que estar ao lado é estar distante, especialmente quando nosso pensamento não está ali, e, há momentos em que a geografia pouco importa.

Contudo, em nossa experiência nessa vida, estar presente é um grande desafio: há momentos que desejamos com profundidade vivermos aquele momento de forma eterna, e, em outros, nosso desejo é o de jamais estarmos próximos ao que vivemos. Viver é duro mas a maior benção que poderíamos ter recebido.

De tudo que pude aprender até o momento separei algumas distâncias que são importantes que eu compartilhe com você. E assim eu sigo:

A distância Geográfica

Há mais de uma década minha vida profissional exige que eu esteja fora de casa por períodos que variam entre dias e semanas. Essas obrigações laborais exigem uma disciplina enorme sob a ótica de enfrentar os desafios diários: são as ausências que nos machucam e marcam, não as presenças obrigatórias.

Ainda assim, essas distâncias me permitem visualizar a nossa vida em família sob uma ótica única e maravilhosa: como é bom estar ao lado desses que eu tanto amo.

Mil ou 2 mil quilômetros podem ser suficientes para te fazer pensar diferente e querer um retorno num passe de mágica mas não podem te fazer ser outro, és o que és independentemente da distância.

A distância Material

Estar separado de um corpo físico eu ainda não lembro como é, não por minha experiência atual, mas, sei como é pensar em quem não está mais aqui.

Há poucas semanas meu Pai já não está mais aqui comigo: em verdade ele já não estava aqui comigo há alguns anos, mas isso não me impede de pensar nele como se fosse o que era – Um homem de grande referência e valor para mim.

Devemos estar preparados para a partida assim que chegarmos pois ela é compulsória – Estar aqui implica em sairmos tão logo sejamos chamados.

Como poderia pensar diferente se até pouco tempo atrás ainda me via como centro do universo?

De todas dúvidas que tenho essa é a que mais me atormenta: Onde estaremos quando não estivermos mais aqui?

Se não estivermos aqui nossos desejos permanecerão os mesmos? Nossos amores os mesmos?

Pensamentos, em sua essência são físicos, uma mistura de átomos se movendo dentro de um corpo físico que refletem uma ideia, uma concepção que é única, e, assim, concluo que são palpáveis por meio de nossas faculdades. Desse modo são tão reais quanto nossas experiências. E assim representam nossa verdade. Qual a tua?

A distância Espiritual

Conexão representa tudo: ter uma relação saudável e limpa implica em se fazer presente de alguma forma – Seja por meio de uma tecnologia ou por meio de uma experiência intensa de toque.

Ainda hoje sinto que meu Pai está aqui comigo, me dizendo o que fazer com a mesma intensidade que ele fazia quando o corpo dele ainda era o que eu conhecia. Por que eu pensaria diferente agora que ela apenas não tem um corpo físico?

Como a Andi comentou aqui:

Me deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.

As lágrimas de vocês me fazem um enorme mal, cada um de nós tem seu dia marcado, o meu veio agora.

Pensem simplesmente que nos encontraremos mais cedo ou mais tarde.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

E assim com essa distância de um clique me despeço te desejando que sejas mais do que anseias que tudo o que esperas esteja a teu alcance tanto quanto teu desejo te permite.

— Marco

 

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Sobre a impotência da companhia

Acompanhar um ente querido adoecido é tão dolorido quanto estar adoecido.
Sério mesmo. Algumas vezes penso que é até mais difícil do que passar pela doença.

A impotência

Quando você vê um ente querido adoecido você se desdobra para fazer tudo aquilo que não faria enquanto isso não ocorresse: é a louça que lavas com mais prazer, é o cuidado com o filho que fazes além do trivial, é o travesseiro que levas até a cama com grato prazer… Enfim, o trivial passa a fazer parte da rotina com ênfase muito aumentada.

O que dói de verdade, e muito mesmo, é a certeza da tua impotência perante a doença: absolutamente nada do que faças resolverá a situação da noite pro dia. Nada. Nada mesmo.

Hoje durante a quimioterapia, ao ir buscar a Andi, me senti um nada frente a tudo – Nada do que eu fizesse mudaria aquele cenário. É horrível sentir-se impotente frente a realidade. A dureza do que é machuca mais do eu poderia pensar.

A dor de tocá-la com a infusão do quimioterápico e sentir tudo o que ela sentia sem estar no lugar dela foi algo entre maravilhoso e extenuante – Me sinto parte dela nessa história e a dor é maior do que eu poderia sentir.

Em contrapartida

Em troca dos meus anseios e medos recebo dela todo carinho e reconhecimento que uma pessoa precisa: aquele sorriso que encanta à todos está ali presente nas minhas maiores dores, ainda que elas tenham origem nas ‘coisas’ dela.

Ela sorri e aquece meu coração. E o sorriso dela é algo que é fora do comum.
Ela realmente não tem clone nesse mundo. É de um calor sem igual. Uma onda de sabor. Um vento de desejos. Uma nuvem de alegria.

Se estiveres acompanhando alguém em situação semelhante

Atente para os detalhes:
Tudo, absolutamente tudo se define nos detalhes. O minuto de atenção, o pensamento em prol da cura, o beijo quente, a reza crente, a meditação profunda, enfim tudo faz diferença nessa hora.

Ser profundo é ser presente: esteja com a pessoa e sinta o quanto tua presença faz diferença para ela.

Ser raso é acreditar que não fazes diferença para ela.

Onde quer que você vá, vá com todo o coração.
(Confúncio)

Sentir é estar vivo

Quando interages com esse mundo o fazes por meio de teus sentimentos, ou seja, tuas emoções. A pele da tua alma são tuas emoções. E aqui te provoco: quais são teus sentimentos nessa hora? Desejas ser feliz mas a infelicidade te acompanha? Bem vindo ao clube, tens de ser feliz para que o universo retribua. A troca é essa.

Você não precisa disso ou daquilo pra ser feliz. Quando estiveres feliz aquilo ou isso lhe serão entregues. Inverta a equação e o universo lhe será entregue.

Difícil mas creio nisso

De Pierre Lévy:

Quando nos vemos de verdade, quando nos compreendemos, quando estamos em contato conosco mesmo e quando sentimos nosso coração, deixamos de projetar nos outros as necessidades de nosso ego. Podemos então ver o próximo como uma alma e não mais como conceitos, aparências ou julgamentos. A alma só existe por seus atos e suas afeições, o amor que dá a si mesma, o sofrimento que inflige a si mesma. A alma só existe na relação com o amor e o sofrimento. Navega entre dois estados: a ausência de si mesma e a conexão.

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Sobre a finitude da vida

Um dia você aceitou o convite de vir para este mundo. Sim, você optou por estar aqui com todo seu desejo. Você fez assim e aqui estás com todos teus medos e anseios.

Desejas mais do que és. Eu sei. Também sou assim. Queremos mais. Nossa natureza parece nos empurrar pra esse desejo. Mas lembre-se que esse convite, uma vez aceito é compulsório de cumprimento até o fim. As tuas lições estão escritas nas tuas ações e reflexos.

Escolher não é simples. Vir pra cá menos ainda. Mas a beleza da história toda é que tudo o que fazes entre a escolha e o término da história ecoará por toda a eternidade. Tua e dos que te rodeiam.

Por consequência minha dúvida sempre paira sobre o que me faz ser feliz?
Você sabe o que te faz ser feliz?
E como fazes felizes aqueles que estão ao teu redor?
E como poderia fazer mais?

A respostas apenas dizem respeito a você mesmo. Não me importam. Mas sei que te importam.

Um dia tudo terminará

E quando este dia chegar, e chegará, tenho certeza, você se perguntará sobre tudo o que valeu a pena por aqui: seus amigos, familiares, suas ações e realizações.

Não há porque se preocupar com isso se a tuas ações estão sobre a paz de teu espírito mas aí que te pergunto: Você fala com teu espírito? Falas contigo mesmo em busca de algo que satisfaça teus anseios antes desta jornada?

Viver implica em morrer. O que importa é o que fazes entre o início e o fim desta frase.

Quando chegar esse dia

A única dúvida que valerá responder será: Valeu a pena?

Vim e fiz o que me propus a fazer? Estou feliz com o reflexo das minhas ações?

Sejas o que te propusestes a ser e sinta a vida ser mais do que desejastes.

 

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A benção da maternidade

Hoje escrevo sobre como me senti quando soube que estava com câncer e a relação com ser mãe.

Na maior parte do tempo vivemos como se não fossemos morrer… deve ser um mecanismo de defesa para não ficarmos ansiosos com a morte… Ao se deparar com o dignóstico de uma doença supostamente grave o primeiro pensamento que vem a mente é : “Vou morrer logo”!

Juntamente com o medo de morrer logo vem o medo de perder ou deixar as pessoas que amamos. Ao saber do diagnóstico, o maior pavor que tomou conta de mim foi: “Como o Dmi ficará sem a mãe e como Marco ficará sem a esposa e mãe do seu filho?” Tenho certeza que eles conseguiriam viver bem mas pensar nisso, mesmo agora que estou tranquila com esse momento de vida ( a doença), me fez e faz chorar de angústia.

Sim, eu estou tranquila, mas isso (morrer) pode acontecer a qualquer momento, com qualquer um, independente de estar doente ou não. Então comecei a organizar minha mente, meus pensamentos para conseguir lidar com a incerteza da vida e não sofrer antecipadamente por algo que não aconteceu.

Como organizei minha mente, com perguntas, resposta e ações:

1ª O que é mais importante na minha vida? Meu filho, meu marido, minha família e meus amigos.

2ª Como posso estar mais próxima deles? Dando prioridade, sempre que possível, para eles.

3ª Como aproveitar melhor todos os momentos com as pessoas que amo? Primeiramente expressando meus sentimentos por elas. Sei que ainda preciso melhorar muito isso, mas cada vez mais consigo

4ª Qual imagem/momentos quero deixar registrados em meu filho? Que eu o amo infinitamente, que eu sofro, choro mas sou forte. Quero que ele lembre da minha alegria de viver… Que ele consigo usar o lema da Pollyana (o jogo do contente) assim como eu aprendi desde criança. Que ele lembre de nossas brincadeiras, danças, idas ao cinema, nossas tardes vendo TV, as lasanhas que fiz que ele tanto gosta, a profissional dedicada e que, sim, precisamos trabalhar muito (mas com limite para não prejudicar a vida pessoal) para sermos pessoas melhores… enfim, cada dia descubro mais sobre mim que quero compartilhar com meu filho!

Tenho muitas outras perguntas, e acredito que sempre terei muitas,  mas serão para os próximos posts (hehehe)…

Agradeço muito essa missão de ser mãe e a cada dia que passa entendo mais a frase que diz que “aprendemos a ser filhos quando nos tornamos mãe/pai” assim como, valorizo cada dia mais a minha mãe e a tudo que ela fez/faz para me ajudar a ser que sou.

“De tudo o que tinha de mais bonito pra ser nesta vida, eu fui: Mãe!”❤️ (Rachel Carvalho)

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O que uma foto me ensinou?

Aprender.  Sempre.

Ler é uma possibilidade que se multiplica em direção ao infinito. Mais do que simplesmente fornecer novas palavras, ler te permite ir além do que experiências com apenas as tuas vivências.

Por hábito, aqui em casa, lemos praticamente todos os dias – Muitas vezes trocamos a experiência passiva da televisão pela experiência ativa da leitura. E isso é fantástico ao nos permitir ir muito além do que poderíamos imaginar.

Leia tudo o que for agradável ao teu coração (diversos livros na foto)

Creio que a quantidade de livro que tu venhas a ler não te definirão, contudo, a qualidade deles é provável que sim. Independentemente dessa visão ler te fará mais atento aos aspectos da vida que podem lhe passar despercebido. Assim, a quantidade que me refiro, tem ligação direta com esta perspectiva: mais, nesse caso, pode significar melhor.

Um estado não pode decidir como te comportarás (note as unhas)

Passar por uma situação de estresse intenso não pode definir como te comportarás frente às tuas rotinas de vida. A unha bem cuidada da Andi me fez pensar na importância de manter a rotina sobre as coisas que lhe são familiares: teus ritos devem permanecer os mesmos – Ainda que os fatos não favoreçam.

Serenidade é uma opção de vida, não um resultado (a calma na leitura)

Queremos que certas situações nos sejam favoráveis para alcançarmos a ‘calma’. Em verdade a calma nos favorece para que alcancemos ‘determinadas’ situações. Expandir teus conceitos por meio da leitura lhe permite encarar fatos com perspectivas distintas que, por vezes, apenas a tua experiência não te permitiria.

Embora difícil, trabalhar é a melhor forma de manter a sanidade (uniforme de trabalho)

Parece simplório, mas não é: teu trabalho ocupa uma parte relevante da tua vida e isso representa uma expressão importante de quanto e como és nessa experiência de vida. Não quero dizer que não tenhamos nossas intercorrências com o trabalho – Não. Trabalhar é, na maior parte das vezes, uma experiência dura, contudo, uma atividade gratificante e maravilhosa de expressar todo teu ser por meio de recompensas. Pense nas pessoas que você já conheceu por conta do trabalho: isso te agrada? E quanto já aprendeste por causa das obrigações que o trabalho te trouxe? E as inúmeras lições que estão ali do teu lado te esperando para enxergar?

Sozinho: assim somos e nos sentimos (mas nossa visão é turva)

Ler é uma atividade intrinsecamente solitária: a interpretação que fazes da leitura (pense nisso que estás lendo neste momento) é de uma natureza belíssima e maravilhosa. És o que és pela interpretação que fazes disso tudo que ocorre ao teu redor. Como não se maravilhar com tudo isso?

Veja, mesmo que a leitura que a Andi fez fosse solitária, eu passei por ali e captei o momento. Naquela hora a percepção dela era a de que estivesse sozinha.

Mas não estava.

Nem nunca estará.

— Marco

 

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O vazio que te incomoda

Sobre o saber e a ignorância

Sempre tive comigo que estudar era uma das minhas obrigações. Desde minha adolescência comecei a ler tudo: de bulas de shampoo à poemas variados – praticamente tudo me atraía. E não parei mais desde então. Leio sobre temas que as vezes eu mesmo não entendo porque – Coisas do tipo literatura indiana aos meus preferidos Biografias (se ainda não leu sobre o Lincoln, por favor, faça – Vale o mesmo sobre Jorge Paulo Lemann).

Quando recebemos o diagnóstico da Andi, além da pancada prevista, foquei minha atenção a estudar tudo o que precisava e poderia a respeito do câncer, especialmente o que ela tinha. Fugi dos blogs que relatavam a experiência e foquei nos artigos científicos, acho que aí foi onde comecei a entender a importância da ignorância e a ciência.

A larga maioria dos artigos científicos nacionais iniciam relatando:

O câncer de mama continua sendo uma das principais causas de morte de mulheres no mundo…

Ou:

O diagnóstico de câncer de mama é vivenciado como um momento de imensa angústia, sofrimento e ansiedade. Durante o tratamento, a paciente vivencia perdas, por exemplo, físicas e financeiras, e sintomas adversos, tais como: depressão e diminuição da autoestima, sendo necessárias constantes adaptações às mudanças físicas, psicológicas, sociais, familiares e emocionais ocorridas.

Ou ainda:

O câncer de mama está entre as neoplasias com maior ocorrência no mundo e mesmo com todo avanço em relação ao diagnóstico e tratamento, é visto por muitas pessoas como uma sentença de morte.

De sorte que a partir daquele momento comecei a me irritar com o conhecimento que adquiria – Veja não estava irritado pela possibilidade mas sim pelas criações de futuro que eu tinha em minha mente após ler o que li.

Assim comecei a me indagar sobre o quanto deveria estudar: mais? Negar? Deixar pra lá?

Não tenho respostas pra isso ainda mas não parei. As vezes dói. Mas na maior parte do tempo me sinto completo ao poder ajudar a criar uma visão de apoio à Andi – E isso depende de eu estudar tudo o que puder. Mas ainda assim dói.

Aprenda tudo. Guarde o que lhe pertence.

Com essa perspectiva comecei a organizar minha mente para reter apenas o que fazia sentido para o contexto que eu vivia no momento – Me questionava ao ler:

Isso me ajudará a interpretar melhor a minha perspectiva de vida?

Se sim, então eu guardava com atenção aquele conhecimento.

Se não, eu descartava sem nenhum remorso.

O vazio lhe incomoda?

Ainda que conhecimento e ignorância sejam pólos de um mesmo espaço você pode se sentir incomodado com algo que nem a ciência, sabedoria, religiosidade ou espiritualidade lhe deixam saber com precisão o que é. E é assim que muitas vezes me sinto. Sozinho dentro de uma multidão. Multidão de pessoas, pensamentos e sentimentos.

Isso não me impede ir adiante, porque lá no fundo sei que o propósito é maior que minha ignorância. E maior que meu conhecimento.

Não deixe o vazio perpetuar-se na tua existência. Experimente. Sinta. Viva. Seja.

Quando algo sai da tua visão não significa que não possas ver

Enquanto escrevia este texto o Dmitri andava de bicicleta na rua do meu condomínio: era interessante poder vê-lo enquanto ele fazia o que gostava mas também percebia que ao mesmo tempo que o meu medo o podava (eu havia ditado os limites de onde ele poderia ir) a visão de mundo dele também se limitava. Dado o meu medo o mundo dele se limitava.

Ver e não enxergar não significa ausência.

Enxergar com o coração e sentir pode ser mais eficaz do que ver com os olhos.

Assim enxergo a vida, e, principalmente, nossos passos adiante.

 

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SIGA EM FRENTE, A VIDA CONTINUA.

Marek- post jormal

Hoje nosso texto homenageia meu sogro, Marek Neuwiem (1938-2016), um homem com sua história e que contribuiu muito com a história da nossa cidade Blumenau.

Que sua caminhada continue em paz assim como nós continuaremos nossa caminhada aqui…

SIGA EM FRENTE, A VIDA CONTINUA

A morte não é nada.

É somente uma passagem de uma dimensão para outra.

Eu somente passei para o outro lado do caminho.

Eu estou, agora em uma outra vida, não podem atormentar essa minha passagem com tristeza e lágrimas.

Eu tenho que ter muita paz para purificar minha alma e andar tranqüilo pelos jardins da dimensão que me encontro.

Vocês são vocês. Estão vivos, a vida não pode parar porque um membro da família partiu. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo.

Se dei bons exemplos, siga-os, se fui bom imitem-me, se deixei vocês com saudades, quando se lembrarem de mim façam uma oração, peçam meu descanso, meu repouso e que meu encontro com Deus, seja minha glória.

Me deem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.

As lágrimas de vocês me fazem um enorme mal, cada um de nós tem seu dia marcado, o meu veio agora.

Pensem simplesmente que nos encontraremos mais cedo ou mais tarde.

Vocês continuam vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.

Que meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem diferença por eu não estar presente, não sai da vida de vocês porque quis, mas sim porque Deus determinou, aceitem para que eu não lamente, estar sendo motivo de sofrimento, pois jamais os magoaria por minha vontade.

Não tenham revoltas, não lamentem, apenas tentem compreender. Se não lembrarem de mim com alegria, vou ficar no meio do caminho, sem poder ir para onde tenho que ir, sabendo que nada posso fazer para voltar para vocês.

Não quero tristeza, não quero lágrimas, quero orações.

A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado.

Por que eu estaria fora de seus pensamentos, agora que estou apenas fora de suas vistas?
Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho…

Vocês que ficaram, sigam em frente, a vida continua linda e bela como sempre foi. “

(Santo Agostinho)